Vilão da Minha Própria Novel - Capítulo 07
Capítulo 07 – A Prova na Spectra(1)
5:33 da manhã. Sexta-feira
Antes mesmo que o amanhecer trouxesse luz ao dia, eu já estava desperto, uma calma incomum estava me preenchendo.
A prova prática na Spectra, embora um evento significativo para todos os alunos, não me provocava nervosismo. Ao contrário, havia uma serenidade na minha preparação matinal, um reflexo da aceitação do meu papel neste mundo que eu havia criado.
No dia anterior, após cumprir minhas obrigações no trabalho e buscar Noah e Emma na escola, dediquei o restante do dia a aprimorar minhas habilidades, aproveitando cada momento livre para treinar ainda mais.
Por sorte Evan tinha uma recuperação de poder magico assustadora.
Abri o sistema para ver como estava.
[Nome: Evan]
[Idade: 17 anos]
[Vitalidade: 7.1]
[Estamina: 3.3]
[Poder Mágico: 6.5]
[Força Física: 3.1]
[Habilidades]
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- Manipulação de Sombras
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[Pontos: 174]
‘Meu poder mágico está subindo rápido.’
O problema era que, quanto mais eu aprendia sobre minhas habilidades, menos coisas eu tinha para aprender.
Então, como consequência, ao longo do tempo, eu me esforçaria mais para receber menos.
Mas isso só valia para métodos de ganhar pontos apenas por meio de treinamentos. Eu não pretendia subir meus status apenas assim.
Como autor desse mundo, eu conhecia maneiras fáceis de ficar mais forte sem tanto esforço. Porém, eu tinha que deixar esses métodos de lado por enquanto.
Ainda era cedo demais para coisas assim.
― Já tenho quase 200 pontos.
Olhando para as habilidades que estavam disponíveis no sistema, meus olhos se prenderam mais uma vez em três habilidades:
▷ Camuflagem Sombria [Custo: 200 Pontos]
▷ Lâminas da Lua Negra [Custo: 500 Pontos]
▷ Olhos do Abismo [1000 Pontos para 200]
Logo mais, eu poderia escolher uma das três melhores habilidades disponíveis.
Eu estava pensativo.
“Camuflagem Sombria” ou “Olhos do Abismo”?
Eu estava indeciso entre essas duas habilidades.
A melhor, sem dúvidas, era Camuflagem Sombria, mas eu não sabia quando a habilidade Olhos do Abismo iria sumir.
Mesmo se eu não pudesse usar muito bem Olhos do Abismo, conseguir uma habilidade como ela logo de início e por um preço tão acessível era tentador demais para recusar.
Na minha novel, Evan havia comprado ela por 8000 pontos, e ela estava sendo vendida para mim por 200 pontos, o que não fazia sentido nenhum.
“Huff” ― um suspiro de frustração escapou, ecoando minha indecisão.
― Vou deixar para tomar a decisão final quando tiver os pontos.
Fechando a janela do sistema, decidi começar mais um dia.
“….”
Minha manhã começou com a rotina que estava se tornando comum: preparar o café da manhã para Noah e Emma.
Eles despertaram com o aroma do café e do pão tostado que se espalhava pela cozinha, um pequeno conforto na quietude do amanhecer.
― Bom dia, ― disse com um sorriso, enquanto colocava os pratos na mesa.
― Bom dia, Evan!
Emma me respondeu, esfregando os olhos com uma mão e segurando firmemente o seu ursinho de pelúcia com a outra.
― Uau, isso parece ótimo! ― disse Noah, já sentado, olhando para a comida com olhos brilhantes.
Desfrutamos do café da manhã juntos.
Era uma bolha de tranquilidade e alegria em meio à expectativa da prova na Spectra.
Após a refeição, preparei-os para o dia, mas com uma diferença crucial na rotina.
Hoje, não seria eu a levá-los à escola.
― Hoje, a Leah virá buscar vocês para a escola, ― lembrei-os, pegando as mochilas.
Emma, com os olhos brilhando de curiosidade e entusiasmo, acenou.
― Sério?! A Leah vai vir buscar a gente mesmo? Não era mentira?
Eu sorri, bagunçando de leve o cabelo dela.
― Claro que não era mentira, Em. Ela está ansiosa para ver vocês.
― Que legal! — “tap tap”, ela bateu palmas de leve, animada. — Hoje vai ser o melhor dia!
Eu ri, vendo a empolgação estampada no rosto dela.
Noah, portando um sorriso tranquilo e confiante, concordou.
― Tudo bem. Boa sorte na prova, Evan.
― Eu irei para a Spectra agora, cuidem bem um do outro, e até mais tarde, ― disse, sentindo um misto de gratidão por ter Leah me ajudando.
Após a despedida matinal de Noah e Emma, segui para a Spectra, uma rotina alterada pela antecipação da prova prática.
O caminho até a academia foi tranquilo, uma calma antes da tempestade, reflexo do desafio que se aproximava.
Ao adentrar os portões da Spectra, a atmosfera era palpavelmente eletrizante, carregada com a energia tensa de expectativa dos alunos.
No entanto, mantive minha serenidade inabalável.
A sala designada para a apresentação da prova estava tranquila quando cheguei, permitindo-me escolher um lugar distante dos outros alunos para sentar.
Pouco a pouco, a sala foi se enchendo de rostos conhecidos, cada um absorto em seus próprios pensamentos e preparativos.
Assim que me acomodei, o murmúrio da sala foi gradualmente substituído por um silêncio tenso, prenúncio da prova que se aproximava. Cada aluno parecia imerso em seus próprios pensamentos, talvez ponderando sobre os desafios que enfrentaríamos.
Meus olhos vagaram brevemente pela sala, notando rostos conhecidos, Arthur, Kai, Maya, Derek… Porém, eu não conseguia encontrar uma pessoa em especifico não importava o quanto eu a procurava.
‘Estranho’, — pensei, confuso, enquanto olhava em volta.
De repente, a cadeira ao meu lado, que até então estava vazia, foi ocupada sem aviso.
A pessoa se jogou nela com um jeito decidido, como se aquele lugar já fosse dela desde o início. Sua presença quebrou a tensão do ambiente, chamando a atenção de alguns alunos mais próximos.
Ela se virou para mim rapidamente, um leve sorriso brincando no canto dos lábios, e soltou, como se fosse um comentário despretensioso:
― Algum problema?
Seus olhos varreram a sala casualmente, mas eu sabia que ela estava apenas fingindo interesse em qualquer outra coisa.
Na verdade, seu foco estava em mim.
‘Será que ela notou algo? Por que escolheu justo o lugar ao meu lado?’
― Nada demais.
Mantive o tom tranquilo, embora por dentro minha mente estivesse a mil.
Não era algo que eu pudesse confessar: eu a estava procurando com o olhar, sem nem perceber.
Ela deu um leve encolher de ombros, um movimento calculado que indicava uma despreocupação que não disfarçava completamente sua curiosidade.
― Se não quer falar, tudo bem. — disse ela, lançando-me um olhar de canto, como se estivesse esperando que eu me abrisse a qualquer momento.
Eu ainda tentava processar aquilo.
‘Seraphina, sentando do meu lado?’
Ela parecia tão relaxada, como se estivéssemos ali para bater papo e não para encarar uma prova prática. Era estranho, considerando o tipo de relação que tínhamos até então.
‘Por que, de todas as cadeiras vazias, ela teve que escolher justo a do meu lado?’ ― pensei, tentando esconder o quanto isso me incomodava.
Eu disfarcei o nervosismo, fingindo que estava totalmente no controle, mas uma parte de mim se perguntava se o duelo anterior tinha deixado alguma impressão nela.
Será que ela estava ali só para me provocar?
Não pude deixar de me perguntar.
Antes que eu pudesse aprofundar esses pensamentos, ela puxou conversa novamente, como se fôssemos velhos amigos.
— Então… quem você acha que vai se dar melhor na prova?
Ela perguntava num tom despreocupado, mas seus olhos não perdiam nada, atentos a cada detalhe da minha reação.
Eu dei de ombros, adotando uma expressão desinteressada, tentando passar que eu realmente não estava nem aí para a prova — ou para ela.
— Não faço ideia.
Mantive meu olhar fixo no professor que começava a falar.
― Você é sempre tão reservado assim?
Ela questionou com sua voz tingida com uma mistura de curiosidade e uma pitada de provocação, enquanto tentava captar minha atenção novamente
Vamos manter o foco. ― respondi.
Por dentro, eu estava tentando entender o jogo dela.
― Prestem atenção nessa parte isso é importante. ― Disse o professor Sebastian.
As instruções que ele estava dando eram claras, e enquanto ele falava, eu não pude deixar de notar como Seraphina ocasionalmente lançava olhares rápidos em minha direção, como se tentasse decifrar algo.
Após o professor Sebastian concluir suas instruções, houve um breve momento de expectativa silenciosa enquanto ele preparava para anunciar as equipes.
― Ah, finalmente, — murmurou Seraphina com uma voz baixa, mas carregada com a ansiedade e a energia contida que parecia circular por toda a sala.
Ela se recostou na cadeira, os olhos levemente semicerrados, analisando cada anúncio que o professor fazia.
Eu também prestava atenção, ainda que de forma distraída, esperando meu nome ser anunciado ao lado de alguns figurantes.
Na novel, Evan não estaria em nenhum grupo chamativo, diferente dos outros personagens principais.
Sabendo o resultado, me mantive calmo, esperando que Sebastian, o instrutor terminasse.
Enquanto Sebastian finalmente anunciava minha equipe, meu coração deu um salto de surpresa.
― Evan, Maya, Alex, Jenna… e Seraphina.
‘…..’ — Minha mente ficou em branco.
‘Espera… Seraphina? Maya, Alex e Jenna?’
Meu pensamento foi instantâneo.
Eu tentava processar, tentando disfarçar minha reação.
O que não deu muito certo.
Seraphina notou minha reação e esboçou um sorriso de canto, claramente se divertindo com a minha surpresa.
Com uma sobrancelha levantada, ela me lançou um olhar ligeiramente provocador.
― Está surpreso?
Seraphina fingia inocência, mas o sorriso de canto entregava sua diversão ao ver minha reação.
― Um pouco, — respondi, tentando retomar a postura, embora minha mente estivesse em disparada.
Não fazia sentido eu estar no mesmo grupo que eles.
Na novel, Seraphina era para estar com Arthur e os outros protagonistas.
― Bem, parece que o somos uma equipe.
Escutando-a, forcei um sorriso, mas por dentro, estava tentando entender o que aquilo significava.
Minha presença naquele mundo estava saindo do meu controle, e a presença de Seraphina ao meu lado era apenas mais um sinal de que nada sairia como eu planejei.
“…”
“….”
A sala de apresentação logo se esvaziou, e os grupos de alunos se dirigiram ao local designado para a prova prática.
Ao chegarmos, nossos olhos foram atraídos para o centro do espaço, onde um artefato antigo e poderoso estava posicionado, irradiando uma luz intensa que enchia o ambiente.
Aquele item, descoberto pelos magos da Spectra em uma dungeon esquecida, era ainda mais impressionante do que eu havia imaginado ao escrever sobre ele em minha novel.
O artefato não apenas possibilitava a criação do portal que serviria como entrada para a floresta artificial, mas também possuía uma habilidade rara e restrita.
Ele podia reabrir portais em áreas que já haviam sido concluídas, mas apenas em cenários menos complexos e com condições limitadas.
Assim, o mesmo ambiente podia ser reutilizado para treinamentos, mas sempre com ajustes e variações que garantiam segurança e novos desafios.
Quando combinado com a tecnologia avançada da Spectra, o artefato se tornava a peça central de um sistema engenhoso que permitia um controle impressionante sobre a prova.
Eu não pude evitar uma ponta de admiração ao ver tudo aquilo em ação.
O sistema que eu havia idealizado em minha novel, estava agora diante de mim, real e pulsante, pronto para nos testar até o limite.
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Sem demorar muito, grupos de alunos foram entrando um após o outro, até chegar a vez da nossa equipe.
Eu, Maya, Alex, Jenna e Seraphina entramos todos juntos, sem tempo para apresentações ou discussões de estratégias.
A viagem até a floresta artificial, embora durasse apenas um instante através do portal criado pelo artefato, parecia se estender por um momento suspenso no tempo.
Enquanto atravessávamos o limiar entre o mundo da Spectra e a floresta simulada, uma onda de sensações me envolveu.
O ar ao meu redor vibrou com uma energia mágica palpável, tingindo a experiência com um misto de maravilhamento e apreensão.
Fechei meus olhos e, quando os abri, eu já estava na floresta.
“Whoa!” ― Isso é surreal!
Alex não conseguiu esconder seu espanto, expressando em voz alta o que os outros estavam sentido.
Confesso que também estava surpreso, mas tentei esconder isso do restante do grupo.
O cheiro de terra e a visão de uma vegetação densa nos envolveram imediatamente.
A luz solar, filtrada pelas copas das árvores, jogava um mosaico de luz e sombra pelo chão, adicionando um toque de realismo à cena.
Enquanto olhava ao redor, minha mente tentava desvendar a linha entre realidade e ilusão.
Por mais que parecesse real, aquilo ainda era um cenário controlado, ajustado em cada detalhe.
“…”
Depois de um breve momento, enquanto todos absorviam o ambiente ao redor, alguns ainda admirados com o realismo, decidi que era hora de focarmos no objetivo principal.
Sem perder mais tempo, tomei a iniciativa.
― Vamos falar sobre o que cada um pode fazer.
Jenna foi a primeira a responder, seu cabelo azul claro caía levemente sobre os ombros enquanto ela falava.
― Eu sou um suporte. Posso acelerar a recuperação de ferimentos, usando magia para curar e fortalecer nossos aliados com buffs durante a batalha.
Suas habilidades pareciam simples à primeira vista, mas eram essenciais para qualquer grupo.
Em seguida, Alex se apresentou, exibindo o arco com orgulho.
Ele tinha cabelos acinzentados, curtos e ligeiramente bagunçados, combinando com seu olhar determinado em um tom âmbar profundo.
― Minhas flechas encantadas com magia podem fazer de tudo, desde explodir até causar efeitos de paralisia nos alvos.
Por fim, Maya deu um passo à frente.
Ela era ainda mais bonita do que eu imaginava em minha novel.
Seus cabelos loiros-dourados caíam suavemente, realçando seus olhos azuis intensos que transmitiam uma calma impressionante.
― Eu posso controlar os elementos básicos: fogo, água, terra e ar.
Havia um toque de insegurança na sua voz, mas ela falava sem desviar o olhar.
― Isso me dá uma variedade de opções ofensivas e defensivas. Posso criar barreiras para nos proteger, lançar ataques de fogo à distância, ou até mesmo usar a água e o ar para desorientar ou prender nossos adversários. Vou adaptar minha magia conforme a necessidade da equipe.
Resumindo ela era o que poderíamos chamar de um mago.
Apesar da variedade de suas habilidades, ela era como qualquer outro mago, ela precisava de tempo para preparar suas magias. Se não tivesse uma boa equipe para dar suporte Maya não conseguiria mostrar seu brilho em combate.
Seraphina que estava escorada em uma arvora com os braços cruzados começou.
― Eu sou especializada em combate corpo a corpo. Com minha espada, posso liderar o ataque e defender a equipe. Minhas técnicas de esgrima são versáteis, permitindo-me adaptar rapidamente às situações de batalha, seja em ataques precisos ou defesas ágeis. Estou pronta para encarar qualquer desafio que venha pela frente.
A confiança de Seraphina era clara em sua postura.
Eu podia ver que suas palavras não eram só para impressionar; ela realmente acreditava no que dizia e estava pronta para provar isso.
Em seguida, atraí a atenção do grupo com uma presença calma.
― Quanto a mim, — disse, minha voz controlada, enquanto todos os olhares se voltavam na minha direção.
― Minhas habilidades estão relacionadas a sombras.
O grupo se inclinou um pouco mais, atentos, e, em vez de explicar muito, preferi demonstrar.
Levantei uma das mãos e, aos poucos, sombras densas começaram a emanar dela, moldando-se em longos tentáculos negros que pareciam ganhar vida própria.
― Diferente dos ataques comuns, as sombras não são apenas uma magia que lanço — continuei, deixando os tentáculos se estenderem pelo chão antes de retornarem a mim.
― Elas são uma extensão de mim, como se fizessem parte do meu corpo. Posso usá-las tanto para combate a curta distância quanto para enfrentar inimigos um pouco mais distantes, como se fossem uma lança, comparada a uma espada.
Ao mencionar a comparação, notei o olhar de Seraphina se estreitar levemente.
‘Droga… será que a comparação com espadas e lanças mexeu com ela?’
Para Seraphina, o combate corpo a corpo era tudo.
Alguém que se compara a uma lança e uma espada ao mesmo tempo deve soar como uma vantagem… ou talvez, uma provocação.
Para finalizar, fiz os tentáculos se retraírem lentamente, deixando que as sombras desaparecessem como se nunca tivessem existido.
― É isso. — Finalizei com um leve sorriso.
O grupo ficou em um silêncio, absorvendo o que acabaram de ver.
Olhares trocados e expressões de surpresa predominavam.
‘Será que minhas habilidades são tão estranhas assim?’
Não pude deixar de me perguntar, tentando decifrar as reações ao redor.
Finalmente, Jenna quebrou o silêncio, com um brilho de reconhecimento nos olhos.
― Ah, então você é o Evan! Ouvi sobre o seu duelo com Seraphina. Todos estavam comentando suas habilidades. Parece que você não é só um mago comum.
Seraphina, observando a troca, deu de ombros, uma expressão neutra no rosto, como se o duelo não tivesse sido nada digno de nota para ela.
Segui aquilo e mantive a expressão calma.
― É verdade — Alex disse, ― A maioria dos magos só consegue lançar feitiços do próprio elemento, mas você parece… moldá-lo à vontade. Para fazer algo assim, precisa de um controle mental absurdo e uma afinidade única com as próprias habilidades.
Notei que, enquanto escutava, Maya fixava seus olhos em mim com intensidade.
Eu sabia que seu interesse vinha de querer melhorar seu controle mágico.
― Talvez não seja tão impressionante assim. — respondi Alex tentando não ser o centro das atenções.
Concentrei-me em compartilhar o máximo possível, sem deixar transparecer minha incerteza sobre o alcance total dos meus poderes.
― Então, já que sabemos o que cada um de nós pode fazer, como vamos usar isso para completar a missão?
Seraphina cruzou os braços, esperando alguma resposta.
Um silêncio desconfortável se seguiu, enquanto todos pareciam esperar que alguém sugerisse um plano.
Ninguém parecia ter uma ideia clara de como agir.
Percebendo que não surgiria uma resposta, suspirei internamente e, sem escolha, decidi tomar a iniciativa, mesmo que fosse o último papel que eu queria assumir.
― A chave será usar nossas habilidades de forma complementar. Jenna, sua habilidade de cura nos manterá em pé. Alex, sua maestria como arqueiro mágico será nossa vantagem a longa distância. Maya, você vai controlar os elementos, criando defesas e ataques conforme a necessidade. E, Seraphina, com suas habilidades de espadachim, você liderará nossa linha de frente no combate.
Seraphina, embora conhecida por sua impulsividade, assentiu, entendendo a importância da estratégia.
― Quanto a mim, usarei as sombras para ataques surpresa, defesa e para imobilizar oponentes.
― E o que vamos fazer sobre as outras equipes? ― Perguntou Alex com curiosidade.
Como o artefato era apenas um, as equipes podiam lutar entre si para conseguir o artefato.
― Elas podem ver o artefato como o prêmio final, mas lembrem-se: nosso desempenho aqui não se baseia apenas em alcançar o artefato primeiro. A Spectra valoriza o trabalho em equipe, a habilidade em combate contra os monstros e o uso inteligente de nossas capacidades.
― E não esqueçam que além do artefato principal que concederá a pontuação máxima à equipe que o recuperar, existem outros itens espalhados pela floresta. Esses itens, embora não valham tanto quanto o artefato principal, concederão pontos adicionais às equipes que os encontrarem. Portanto, vamos manter nossos olhos abertos.
Eu sabia disso porque foi assim que escrevi que os personagens seriam avaliados. E eu não queria me arriscar lutando contra outras equipes para pegar um simples artefato.
Não me importava com o primeiro lugar.
Alex assentiu, apreendendo a complexidade da missão.
― Então, mesmo que não consigamos o artefato, ainda podemos sair daqui vitoriosos se trabalharmos bem juntos e mostrarmos o que sabemos fazer.
― E quanto à liderança? ― Jenna questionou, olhando para mim com uma expectativa sutil.
Era claro que, mesmo sem uma declaração explícita, todos estavam inclinados a me seguir.
Eu assenti, aceitando o papel não oficial.
― Vamos manter as coisas democráticas, mas tomarei as decisões finais, se for necessário. Nossa prioridade é nos sairmos bem e garantir que todos voltem em segurança.
Nota Autor: